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Discurso |
09-08-2024 18:50:51
| Fonte: CIPRA
DISCURSO NA ÍNTEGRA
Presidente da República na abertura da conferência da Organização das Primeira-Damas Para o Desenvolvimento (OPDAD)
<p>< Excelentíssima Dra. Ana Dias Lourenço, Primeira-Dama da República de Angola,</p><p>-Excelentíssima Sra. Débora Katisa Carvalho, Primeira-Dama da República de Cabo Verde,</p><p>-Excelentíssima Sra. Isaura Gonçalo Nyusi, Primeira-Dama da República de Moçambique,</p><p>-Excelentíssima Sra. Oluremi Tinubu, Primeira-Dama da República Federal da Nigéria,</p><p>-Excelentíssima Sra. Maria das Neves Sousa, Primeira-Dama da República de São Tomé e Príncipe,</p><p>-Excelentíssima Sra. Fatima Maada Bio, Primeira-Dama da República da Serra Leoa,</p><p>-Excelentíssima Sra. Monica Geingos, antiga Primeira-Dama da República da Namíbia,</p><p>-Excelência Sra. Nassénéba Touré, Ministra da Mulher, da Família e da Infância da República da Côte d’Ivoire, em representação da Excelentíssima Sra. Primeira-Dama Dominique Ouattara,</p><p>-Excelentíssima Dra. Rebecca Ndjoze-Ojo, membro do Parlamento da República da Namíbia, em representação da Excelentíssima Sra. Primeira-Dama Sustjie Mbumba,</p><p>-Estimados Membros do Executivo angolano,</p><p>-Distintos Membros do Corpo Diplomático acreditado em Angola,</p><p>-Estimados Representantes da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé, do Conselho das Igrejas Cristãs de Angola e do Conselho das Igrejas de Reavivamento de Angola,</p><p>-Caros Convidados,<br>-Minhas Senhoras, Meus Senhores,</p><p>Foi com bastante satisfação que aceitei corresponder ao convite que me foi formulado para me associar à importante iniciativa lançada pela Organização das Primeiras-Damas Africanas para o Desenvolvimento, designadamente a Campanha #SomosTodosIguais#, que iniciará dentro de instantes com a realização da Conferência subordinada ao tema “A Educação para a Igualdade de Género e a Luta contra a Violência Infanto-Juvenil”.</p><p>Este é um tema desafiante nos tempos que correm pela sua pertinência e oportunidade, quando se aborda cada vez mais, ao nível das sociedades nas quais estamos inseridos e ao nível da sociedade global, a questão da igualdade que pode ser vista sob vários ângulos, mas sempre com a mesma preocupação, que consiste em não estabelecer diferenças que deixem uns ou outros de fora, criando assim injustamente bolsas de desfavorecidos e de marginalizados.</p><p>Durante o dia de hoje, os diferentes participantes nesta conferência procurarão identificar e definir conjuntamente as ferramentas e metodologias que poderão ajudar a colmatar disparidades, de entre as quais destaco a do género, que ainda persiste no mundo em geral e no nosso continente em particular, através de um diálogo aberto e inclusivo, que possa ajudar a construir uma visão clara e convergente sobre os caminhos que ainda temos de percorrer para garantir a edificação de sociedades onde as mulheres e as meninas se possam sentir inseridas em circunstâncias de absoluta igualdade.</p><p>É fundamental percebermos que a construção de sociedades em que sejamos de facto iguais faz parte de um processo no qual governantes, políticos, agentes sociais e culturais e os cidadãos, de uma maneira geral, devem assumir em consciência um papel responsável e activo na edificação desta arquitectura social dos tempos modernos, em cujo âmbito não pode mais haver lugar a nenhum tipo de discriminação económica, laboral, de acesso ao ensino e aos serviços de saúde e ao emprego.</p><p>Perante os factos que referi, não basta formularmos ideias e conceitos que podem ser teoricamente muito bem acolhidos, mas que pecariam na sua aplicabilidade, por ausência de mecanismos e normas que levem a uma alteração das mentalidades daqueles que teimam em oferecer resistência aos bons padrões de comportamento social. </p><p>Temos de ter sempre presentes os ensinamentos da História recente da Humanidade, que nos relatam factos que demonstram que as relações entre humanos baseada na ideia da superioridade, como foi o caso da escravatura no passado, do racismo e do fundamentalismo religioso nos dias de hoje, não contribuem de modo algum para a harmonia social necessária à congregação dos esforços de todos, em favor do progresso e do desenvolvimento.</p><p>MINHAS SENHORAS, MEUS SENHORES,</p><p>O oportuno lema da campanha “Somos Todos Iguais”, que está a ser promovida pela Organização das Primeiras-Damas Africanas para o Desenvolvimento, obriga-nos a pensar nos pilares sobre os quais esta grande ideia se vai sustentar, sendo a educação a que desempenha o papel fundamental na promoção da igualdade de género e no empoderamento das mulheres desde a tenra idade.</p><p>Ao educar as crianças, tanto os rapazes como as meninas, sobre a importância da igualdade de género, estamos a criar as bases para uma sociedade mais equitativa e inclusiva.</p><p>Ao fornecermos oportunidades iguais de aprendizagem e de formação, estamos a munir as jovens mulheres de ferramentas que as podem ajudar a pôr em evidência todo o seu potencial e, assim, contribuir plenamente para a construção de uma sociedade inclusiva e dinâmica.</p><p>Este é o grande objectivo do Executivo angolano e dentro dos condicionalismos e das dificuldades que o nosso país ainda enfrenta, temos procurado implementar políticas que valorizam adequadamente o papel da mulher na sociedade, atribuindo-lhes responsabilidades dentro de um quadro de paridade do género, em que podemos afirmar que o seu brilhante desempenho demonstra o quanto a nossa aposta está certa e indica que este é o caminho a seguir.</p><p>É importante que a educação promova valores de respeito, igualdade e diversidade, para combater estereótipos de género e promover entre si relações saudáveis.</p><p>É importante agir-se ao nível das famílias, das escolas e das comunidades, no sentido de se promover permanentemente entre os jovens, meninas e rapazes, a cultura da não- discriminação, para que se elimine a ideia absurda da superioridade do homem sobre a mulher, preconceito que está quase sempre na base da violência física e psicológica, dos maus-tratos morais e de outros abusos.</p><p>Devemos reconhecer que a construção de um modelo ideal de sociedades inclusivas e paritárias em termos de género requer um esforço convergente entre as instituições públicas, privadas e a sociedade civil, onde as mulheres e as meninas, cientes dos seus direitos e convenientemente preparadas sobre como defendê-los, têm um papel crucial a desempenhar em termos de denúncia sem medo junto das autoridades competentes, das práticas de assédio e abusos diversos que as afectam.</p><p>Aproveito esta oportunidade para exortar as Primeiras-Damas aqui reunidas em Luanda a juntarem suas vozes às de milhões de mulheres no mundo, apelando para o fim imediato dos conflitos na RDC, no Sudão, na Ucrânia e na Palestina, em defesa da vida e da dignidade das mulheres e crianças, que, embora indefesas e inocentes, são sem sombra de dúvidas as principais vítimas destas guerras. </p><p>EXCELÊNCIAS,</p><p>MINHAS SENHORAS, MEUS SENHORES,</p><p>CAROS CONVIDADOS,</p><p>Gostaria de terminar desejando-vos uma jornada de trabalho frutuosa, com resultados que possam ter um efeito positivo e perene sobre a mudança de comportamentos que deve ocorrer rapidamente para se construir a sociedade em que possamos dizer que, realmente, “Somos Todos Iguais”.</p><p>Declaro aberta a Conferência.<br>Muito Obrigado pela Vossa atenção!></p>