PORTAL CIPRA
Menu mobile
Início
Notícias
Discursos
Galeria
Imagens
Vídeos
PT
EN
FR
ES
Notícia
Política |
28-08-2022 22:53:46
| Fonte: CIPRA
FUNERAL DE ESTADO
Restos mortais de JES repousam em jazigo na Praça da República
<p>Os restos mortais do antigo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, já repousam no jazigo, construído na Praça da República, adjacente ao Memorial Dr. António Agostinho Neto, em Luanda.</p><p>O jazigo, com três mil metros quadrados, dos quais dois mil reservados ao paisagismo, está revestido com pedras de mármore e de granitos, e tem no seu exterior uma pomba que simboliza a paz.</p><p>Na cerimónia fúnebre, de último adeus ao antigo estadista angolano, além da família do malogrado, marcou presença o o Presidente da República, João Lourenço, e a Primeira-Dama, Ana Dias Lourenço, bem como Chefes de Estado e de Governo de diferentes países amigos, membros do corpo diplomático acreditado em Angola, membros do Executivo angolano, entidades políticas, religiosas e da sociedade civil, e centenas de populares.</p><p>Conforme o programa, a cerimónia começou com a entoação do hino nacional e um minuto de silêncio em memória de José Eduardo dos Santos. Seguiu-se o momento de leitura das mensagens, em que o ministro de Estado e Chefe da Casa Civil, Adão de Almeida, em nome do Estado angolano, realçou os feitos de José Eduardo dos Santos em prol da Nação.</p><p>Coube a filha, Josiane dos Santos, ler a mensagem da família, expressando profunda tristeza ao revelar a outra dimensão de José Eduardo dos Santos nas vestes de pai.</p><p>“Ser pai foi o papel que mais se dedicou, adoptando sem hesitação uma nação inteira e logo o continente que o carrega. Por isso, hoje muitos carinhosamente o apelidam de Pai da Nação”, disse a filha.</p><p>Ao ler a mensagem da família, Joseane disse ainda que poucos puderam conhecer o homem por detrás do título. Também realçou o percurso do pai e o silêncio que teve, sem deixar de ser resiliente e seguro. A música e o desporto foram as grandes paixões do antigo Presidente da República.</p><p>“Era muito bom poder acordar ao som da sua viola e ouvi-lo a cantar. A música sempre será o nosso ponto de encontro. As melodias de Francó e as palavras de Gilberto Gil sempre serão um pouco de ti. Cada partida de futebol que virmos será sempre guiada com as suas palavras. Nestas ocasiões, voltaremos a sentir a alegria que irradiastes nestes dias”,</p><p>Por sua vez, a Vice-Presidente do MPLA, Luísa Damião, recordou que José Eduardo dos Santos não teve vida privada, nem familiar durante os anos que governou o país, por ter se dedicado ao povo angolano.</p><p>“Por isso mesmo, era na sua essência um bocado de cada um de nós”, acrescentou.</p><p>Luísa Damião destacou ainda que José Eduardo dos Santos juntou-se ao MPLA em 1958, tendo dado início ao percurso político.</p><p>“Notabilizou- se como um intrépido militante, dirigente zeloso e comprometido com os ideais do nosso partido. Um diplomata de fino trato e um hábil negociador”, considerou a Vice-Presidente do MPLA.</p><p>Com voz trémula e olhos carregados de lágrimas, o director da Fundação Eduardo dos Santos (FESA), João de Deus, lembrou José Eduardo dos Santos como “Arquitecto da Paz”, que, em vida, completaria hoje 80 anos de idade.</p><p>“Apenas com 37 anos de idade, José Eduardo dos Santos sacrificou a sua juventude, tendo contribuído com dedicação e zelo, de maneira inesquecível, e ficará registada nos anais da história política e social de Angola, aquele que foi reconhecido como Arquitecto da Paz”, disse João de Deus, recordando ainda os anos difíceis da sua governação, a reconciliação e unidade do povo angolano e a reconstrução nacional.</p><p>O político e antigo presidente da Assembleia Nacional, Roberto de Almeida, no elogio fúnebre considerou José Eduardo dos Santos um homem corajoso que lutou por todos.</p><p>“É a homenagem que todos que servimos Angola, sob sua liderança, e testemunhamos o seu corajoso caminho para nos levar a paz e os alicerces de uma reconciliação possível, necessária e natural entre os irmãos”, disse</p><p>Roberto de Almeida referiu igualmente que José Eduardo dos Santos liderou o penoso processo de preservação da vida e da integridade até a vitória final, em Fevereiro de 2002, marco memorável em que mostrou toda sua magnanimidade, poupando a vida daqueles que se tinham colocado do lado errado da história.</p><p>Depois das mensagens, os bispos da igreja Católica, Dom Filomeno Vieira Dias, e o da igreja Metodista Unida, Gaspar Domingos, dirigiram o culto ecumênico, com cânticos, orações e leituras bíblicas.</p><p>Durante o cortejo fúnebre para jazigo foram disparadas 21 salvas de canhão, realizados sobrevoos honoríficos de aeronaves da Força Aérea Nacional e feitas manobras de embarcações da Marinha de Guerra Angolana na Baía da Chicala, para marcar o funeral de Estado.</p><p>A cerimónia de deposição da urna no jazigo foi testemunhada apenas por um grupo restrito, nomeadamente a família do malogrado, o Presidente da República, João Lourenço, e a Primeira-Dama, Ana Dias Lourenço, os Chefes de Estado e de Governos estrangeiros, órgãos de soberania, comissão interministerial, membros do Secretariado do Bureau Político do MPLA, membros de honra do partido.</p><p>José Eduardo dos Santos morreu aos 79 anos, no passado dia 8 de Julho, num hospital de Barcelona, Espanha, onde ficou internado desde 23 de Junho após uma paragem cardíaca. Chegou ao cargo de Presidente da República em Setembro de 1979, na sequência da morte de António Agostinho Neto, Primeiro Presidente de Angola, e esteve em funções durante 38 anos, até ser sucedido por João Lourenço em 2017.</p>