A escritora moçambicana, Paulina Chiziane, considera a mulher angolana um símbolo de força e poder pelo papel importante que desempenha na construção do futuro de Angola.
Paulina Chiziane, recentemente eleita uma das 100 mulheres mais influentes do mundo, fez estas declarações à imprensa esta sexta-feira, 1 de Dezembro, após ter sido recebida em audiência pela ministra de Estado para a Área Social, Dalva Ringote Allen, em Luanda.
“Quando saio à rua, vejo muitas mulheres com bacias na cabeça, levando milho, amendoim, vendendo qualquer coisa com o filho nos braços. Esses filhos são o futuro de Angola. Para mim, olhar para aquela mulher no meio do sol, a lutar com tanta dificuldade, eu costumo dizer assim: vejam aquela mulher descalça, carregando nas costas o futuro de uma nação. Tenho muito respeito por essas mulheres,” acrescentou.
No encontro com a ministra de Estado, abordaram vários tópicos relacionados com o seu trabalho e estatuto, incluindo o lançamento de um CD musical e a responsabilidade de ser uma influência global.
“Foi um encontro muito cordial, onde debatemos vários aspectos relacionados com o meu trabalho, com o meu estatuto. Ser uma das 100 mulheres mais influentes do mundo tem as suas responsabilidades”, disse.

Ao falar da criação de uma fundação, Paulina Chiziane disse que pretende deixar um legado para a nova geração moçambicana, africana e do mundo, apesar do projecto estar ainda numa fase inicial.
“A fundação seria aquele lugar onde tudo que é legado meu ficaria para a próxima geração(…). Agora chegou a hora de arregaçar as mangas e começar a construir. E quando regressar a casa uma das tarefas vai ser exactamente essa”, disse.
A escritora moçambicana falou sobre as suas conquistas, tais como ser a primeira mulher africana a publicar um romance e a primeira pessoa de raça negra a receber o Prémio Camões.
Para Paulina Chiziane, a imagem de África dependerá da forma como os africanos a construírem.
“O mundo olhará para a África da maneira que nós construirmos a imagem de África. Nós é que temos que lutar para construir uma África melhor. Não podemos esperar que os outros nos olhem”, defendeu.