O Presidente da República, João Lourenço, anunciou na quarta-feira, 8 de Janeiro, que o Governo angolano está a trabalhar com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) para o reconhecimento de outras entidades culturais como património imaterial da humanidade, além da cidade de Mbanza Congo (Zaire).
O anúncio foi feito durante o acto central em alusão a 8 de Janeiro, Dia da Cultura Nacional, sob o lema “Preservar e valorizar as conquistas alcançadas para um futuro melhor”, no âmbito dos festejos dos 50 anos da independência nacional, no Centro Cultural Manuel Rui, na província do Huambo.

“O ministro (da Cultura) acabou de enumerar um conjunto de, não só sítios, mas outras entidades de interesse cultural com as quais estamos a trabalhar, juntamente com a UNESCO, para que também sejam, no futuro breve, reconhecidas como património imaterial da humanidade, a exemplo do que já acontece com a cidade de Mbanza Congo”, afirmou o Presidente João Lourenço.
Na ocasião, o Chefe de Estado, João Lourenço, recebeu das mãos do ministro da Cultura, Filipe Zau, o Certificado de Classificação dos SONAS — desenhos e figuras geométricas traçadas na areia —, oficialmente incluídos na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO.
“Acabamos de receber um reconhecimento internacional importante através da UNESCO, um prémio que está relacionado com a cultura Tchokwe, mas que, no fundo, é uma cultura de todos nós”, declarou o Chefe de Estado.

João Lourenço assistiu à Gala da Cultura Nacional, onde diversas personalidades das áreas da Cultura e das Artes foram homenageadas com certificados, incluindo o músico e compositor Justino Handanga, o jornalista e investigador da língua nacional umbundu Abias Caluela, e Pedro Balança de Freitas, o primeiro pastor africano e presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia em Angola e São Tomé e Príncipe.
Foram também reconhecidos a poetisa e escritora Maria Alexandre Dáskalos, o poeta, escritor e artista plástico Francisco da Costa Andrade, o professor e director da Orquestra Sinfónica de Kapossoca Pedro Ambrósio dos Santos Fançoni, o escritor Eugénio Afonso Gaspar, entre outros.
Os certificados foram entregues pela ministra de Estado para a Área Social, titulares dos Ministérios da Cultura e do Turismo, governador da província do Huambo, e por outras entidades.
Durante o evento, o governador da província do Huambo, Pereira Alfredo, ao proferir palavras de boas-vindas, sublinhou que a cultura fortalece a nação, um facto que convoca todos a continuarem a trabalhar na preservação e valorização da identidade cultural.
“Agradeço à Vossa Excelência, Senhor Presidente da República, por ter anuído à realização dos festejos do 8 de Janeiro, Dia da Cultura Nacional, que se celebra pela primeira vez fora da capital do país, Luanda”, disse.
De acordo com o governador, o Huambo é, por excelência, uma expressão viva da preservação da cultura nacional, sustentada por elementos transmitidos de geração em geração, que conferem identidade e continuidade.

“Acreditamos que a escolha da nossa província para acolher este grande evento tem uma grande importância, reforçando em nós a responsabilidade de trabalhar afincadamente para merecer estar entre as principais capitais e roteiros da cultura nacional”, disse.
Pereira Alfredo reafirmou o compromisso do seu governo em implementar acções que promovam a cultura e os seus protagonistas a nível local, para aproveitar, ao máximo, a sua localização geográfica para o desenvolvimento tanto da cultura quanto do turismo, áreas que estão interligadas.