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Governo |
31-01-2023 22:10:55
| Fonte: SACII
MENSAGEM VIRTUAL
Presidente da República, João Lourenço, procedeu ao lançamento das celebrações do Dia da Paz e Reconciliação em África, em reunião inaugural em Adis-Abeba, Etiópia.
<p>Irmãs e Irmãos Africanos;</p><p>Assinalamos hoje pela primeira vez o Dia da Paz e Reconciliação em África, instituído pela 16ª Assembleia Extraordinária de Chefes de Estado e de Governo da União Africana sobre o Terrorismo e Mudanças Inconstitucionais de Governo, realizada em Malabo, Guiné Equatorial, a 28 de Maio de 2022, durante a qual fui nomeado Campeão da União Africana para a Paz e Reconciliação no Continente. </p><p>Esta decisão constitui uma grande honra para mim, para o Governo e o povo angolano, por ser um reconhecimento da nossa experiência em matéria de construção da paz em Angola, que perdura há duas décadas. </p><p>Só é possível alcançar a paz e a reconciliação em África com acções voltadas à criação do espírito de confiança e de unidade na diversidade para a prevenção, gestão e resolução de conflitos. </p><p>Nesta data, permitam-me chamar a atenção para os graves problemas que enfrentamos em África onde, lamentavelmente, os conflitos armados agravam o flagelo da fome, da miséria e das doenças, provocam migrações forçadas das populações, afastam o investimento privado estrangeiro, aumentam o desemprego, assim como outros males que afectam o quotidiano de milhares de cidadãos de África. </p><p>Irmãs e Irmãos Africanos;</p><p>Deixemos definitivamente para trás o passado conturbado de desentendimento, de desarmonia e de discórdia que condicionou e comprometeu a execução de estratégias de desenvolvimento que ajudariam a impulsionar o nosso crescimento económico e colocar-nos a um nível aceitável de competitividade com outras regiões do mundo. </p><p>Devemos assumir a nossa responsabilidade colectiva no que respeita aos esforços a envidar para realizarmos um dos propósitos definidos na Agenda 2063 da União Africana, nossa organização continental, que consiste em alcançarmos o quanto antes o objectivo não concretizado de silenciar as armas no nosso continente. </p><p>Irmãs e Irmãos Africanos;</p><p>Coloca-se a cada cidadão africano, aos povos africanos, aos políticos e governantes africanos, às organizações da sociedade civil e demais instituições, a exigência de desarmarmos as nossas mentes para trabalharmos de mãos dadas e dentro do espírito de fraternidade que nos é característico, para pormos um fim aos conflitos que subsistem na África Ocidental, na África Central, na Região dos Grandes Lagos, na África Oriental e no Corno de África. </p><p>Congratulamo-nos com os esforços realizados por todas as partes envolvidas e que permitiram uma solução negociada que levará ao fim definitivo do conflito armado e ao estabelecimento da paz na Etiópia. </p><p>Importa reconhecer a necessidade vital de envidarmos todos os esforços ao nosso alcance para garantirmos o funcionamento eficaz das nossas jovens democracias, que não estando ainda ao nível das mais avançadas, contudo devem estar capazes de dissipar tensões e factores de discórdia que têm servido de pretexto para as inaceitáveis mudanças inconstitucionais de governo que se vêm sucedendo nos últimos tempos. </p><p>A nossa ambição é ver num futuro não muito longínquo o nosso continente economicamente forte e socialmente estável, que supere o analfabetismo, a fome e a miséria, que garanta emprego e bem-estar para os seus filhos. </p><p>Este velho sonho é realizável se todos juntos trabalharmos para alcançar uma paz definitiva em todo o continente, declarando tolerância zero ao terrorismo, aos golpes de Estado e às guerras inter-étnicas, inter-religiosas e entre países vizinhos. </p><p>Para que África seja um continente de paz, de reconciliação e desenvolvimento económico, depende sobretudo de nós, dos políticos, dos governantes e dos cidadãos africanos. </p><p>Que todas as nossas energias, talentos e recursos de todo tipo, sejam dedicados em primeiro lugar a favor do desenvolvimento económico e social dos nossos países. </p><p>Desejo a todos que se celebre esta data com júbilo e com uma forte crença de que virão seguramente dias de paz, de harmonia e de prosperidade para os povos africanos, se nos empenharmos o suficiente para alcançar este objectivo.</p><p>Viva África!</p>